quarta-feira, 29 de julho de 2009

Don Juan Contemporâneo


Sou Don Juan

Contemporâneo

Cheio de sonhos, gestos e palavras ardilosas

Um conquistador barato

Malandro da lapa

Bamba do sampa

Príncipe das paradas e das baladas

Incontrolável e patológico

Descobridor de corpos

Navegador de olhos

Atirando palavras para todo lado

Pescando gestos, dos mais sutis aos mais eróticos

Conquistador

Exótico

Devorador de corações, almas e respirações

Vulgarmente o cachorrão, ricardão e gostosão

Falsamente modesto

Provocando emoções e misteriosas sensações

Sempre buscando

Nunca encontrando

Humano

De carne, osso e suor

Nunca só

Nunca acompanhado

Sempre vazio

Um ser assim

De mentira!

Don Juan

Em essencia, alma e sangue

Sem negar

Sem assumir

Apenas assim

Mestre da conquista

Prisioneiro da vontade

E escravo da solidão!
Escrito em 05/09/06

Sobre pássaros e árvores


E o que você vai fazer se amanhã eu não estiver mais aqui?

Me abrace forte agora

Pq amanhã o tempo pode me levar

Ou até mesmo o vento

Ou o bom senso

Ou o ócio, o ópio e o ódio

Agora, segure firme em minha mão

Pq quem garantirá que com o amanhã não virá a solidão?

Ou ainda um terremoto ou uma explosão? (Me refiro a sentimentos)

Vem, vamos correr comigo agora

De mãos dadas

Mas segure-me forte

Pq ainda assim eu posso fugir para um outro lugar

Bem distante deste de hoje

E se fugissemos eu, a felicidade, a individualidade e a minha especialidade?

Calma, não chore agora

Lembre-se de erguer-se sempre

Por que amanhã eu posso aqui não mais estar.

Portanto, aproveite!

Contenha-me, devore-me e entenda-me

AGORA

Por que afinal, o que você vai fazer se amanhã eu não estiver mais aqui?


Escrito em 06/08/06

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sobre crianças e poetas


Bem ali, no pequenino espaço existente entre a criança e o ser adulto é que se encontra a interrogação deste poema.

Ali, no vão de todos os questionamentos, no limiar de todas as ilusões.

Para aonde foi o menino que corria despreocupado?

Cadê aquela menina e sua casa de bonecas?

O que foi que fizeram com essa gente que cresceu?

O tempo vem furioso, em resposta, contra todas essas perguntas.

As carrega para bem longe.

Ele as afoga em um mar de inúteis informações

E aí já não se sabe mais se a culpa é do tempo ou da falta dele.

Todos correm para um lugar sem fim.

Todos lutam por um ideal chinfrin.

Olhando aquele pequenino espaço existente entre a criança e o ser adulto, penso se não seria ali o começo de tudo.

Um começo que ligasse os dois extremos deste poema, como uma corda bamba.

Sobre ela estaria o poeta e no poeta a sua criança.

Porém desta vez não reprimida.

E sim, viva!

Como a resguardar a maturidade atingida pela vida e a brincar apenas com os sonhos de uma existência mais colorida.


Escrito em 28/07/06

Quarta Feira de Cinzas


Acabou

O sol chegou

E vc se foi


O ano vindo

Dinheiro sumindo

E vc partindo


Recomeçou

Carnaval cessou

E vc não voltou


Escrito em 06/03/06

domingo, 26 de julho de 2009

O Assustador de Criançinhas


"Ontem vc me fez pensar o quão bom eu posso ser e o quão mal também"


Sou um vilão de desenho animado, de roupas pretas e assustador de criancinhas.

Contenho em mim um misto de comédia, drama e vilania.

Um egocentrismo descontrolado,

Um egoísmo mal colocado,

Uma bomba atômica de emoções.

Minha cabeça dá voltas tão rápidas quanto o olho de um furacão.

E me confunde

E me auto flagela

E me fecha

Numa casca só minha,

Do tamanho da minha ambição exacerbada.

E então, como um moleque mimado, que sou

Chamo a tua atenção sem você perceber

Porque preciso dela só para ter

E para te fazer mãe ou bibelô

Só meu.

Tenho medo da solidão,

Da rejeição,

E do amor

Pq tenho em mim uma lente que aumenta meus sentimentos em mil

Como se estivesse em mim toda a intensidade do mundo.

Dos seres humanos normais, desses que não tem tempo de pensar em si mesmos.

Amo MUITO

Quero MUITO

Sofro MUITO

LOUCA mente

E assim preciso ter a oferta de um abraço a cada segundo

Nem que seja apenas para dizer: Não, obrigado!

Mas se não a tenho, também não a peço

Preciso e espero

Pois sou feito de orgulho e solidão

Como um menino mal

Desses feitos de muito desejo e razão

Megalomaníaco, emotivo e bobão


Escrito em 20/01/06

INTENSAMENTE


Quem vive a vida densamente

Morre intensamente

Quem a vive lentamente

Morre sutilmente


Escolha o seu viver!


Ainda depois de Party Monsters, em 08/01/06

Catarse


Tenho agora um medo que me assola

O medo de mim mesmo

Pois dentro de mim reside um vulcão

Constantemente em erupção

Às vezes controlado

Quase sempre explosivo

Uma bola de fogo e energia

Pronta para se diluir para todo lado

Seja em arte ou catarse

Uma parte.

Vejo, escuto e comparo

Respiro a loucura do mundo e transpiro a minha

E penso:

Ate onde posso caminhar na corda bamba da minha vida?

Então eu marco, faço, aconteço

Mas até quando?


Escrito em 8/02/06 após assistir Party Monsters

sábado, 25 de julho de 2009

.C.I.N.E.L.Â.N.D.I.A.


Ih, olha lá

O menino no meio da praça

Rodando como pião

Em exposição

Cantarolando uma canção

De ninar talvez.

Ih, olha lá

O menino contando grana na mão

E andando sem graça,

Mas sem fazer pirraça

Brincando de prostituição.


Para Erick, em 07/01/06

Saudades de um amor interestadual


Você partiu de mim como um navio que se afasta da beira do mar, rumando à um longínqüo horizonte. Eu te observei até onde meus tristes olhos puderam lhe acompanhar. Você sumiu de minha vista e restaram apenas ondas prateadas e um dia nublado. Um vazio de outono em pleno verão. Um mar de saudades e de paixão. Um aperto no peito e um corpo, imóvel, aguardando em meio a um deserto praiano o seu retorno, breve e eterno.


Escrito em 02/01/06

Caiu


Caiu
Transparente e preta
Leve e morta
Com asas e sem ar
Linda, mas desaprendeu a voar
Pobre da libélula que hoje caiu em minha janela

Escrito em 03/02/06 (Para/sobre Monique)




Poema para mãe, amigos, amores e afins (Estendendo-se a animais e a qualquer ser que respire e brilhe)


A cidade é São Paulo

O dia, Domingo

A tarde chuvosa

E eu pensativo

Penso nas pessoas de que necessito

Nas pessoas por quem ainda nutro a arcaica dependência do amor

Pois sou um poeta antiquado

Desses que ainda precisa de pessoas para viver

Ou sobreviver

Sei que é estranho confessar assim

Mas ainda não desaprendi o relacionar

Por mais que tente, vez ou outra

É difícil para meu coração não se apaixonar

Por um, por outros, por todos e tantos outros

Ao mesmo tempo

Serei eu um ser humano em extinção,

Distante da ciência de robotização dos sentimentos,

Esta que é grande avanço de nossa era?

Sou um alguém que chega a sangrar

Só de me pensar só, sem amar.

Sei que amar é depender

E digo a todos que isso já aprendi

Só falta praticar, desapegar

Ficar ficando

Estar estando

Fingir sorrisos

E chorar sozinho...

Sozinho?!

Ai, isso eu não consigo

É muita evolução, perdão!

Assim eu confesso

...

Ainda preciso do outro. Alguém?!



Escrito em SP no dia 11/12/05, às 13:30h

PARTIDA


Sinto o peso do nada sobre mim. Vazio de sentimentos e cheio de lágrimas a serem choradas. Elas não vem. Não por timidez, mas por falta de forças. O inesperado me tomou num rompante e meu castelo de certezas se transformou em poeira, espessa e difícil de ser carregada pelo vento. A certeza de um amor dado e de um amor perdido. A incerteza. Sofrer para encontrar um novo alguém. Não um alguém qualquer, mas este alguém. Que me preencheu, que me completou, que me mudou e que agora se foi...
A culpa de tentar ser perfeito e a tristeza de todos quererem o imperfeito. Se é que realmente sabem o que querem. Já não me importa mais. Enfim, arranco agora do meu caderno de sonhos e planos uma página inteira que havia sido programada a dois. Um amanhã que jamais chegará, contrastando com um amanhã que eu nem pensei que aqui fosse estar, tão rápido. Tão só.
Paz e amor é o que desejava de você e é o que te desejo agora. Sem mim. Porque nessa vida tudo se vai e nós também. Afinal é preciso caminhar, à frente. E assim farei. Mas que aqui fique registrado e finalmente pontuado que esse é mais um amor que não deu certo. Não mais um SIMPLES amor, pois foi mais do que isso o meu amor por você.


Beijos como os de antes, mas agora de despedida, deste que ainda te ama, e que agora te esquece.


Escrito em 08/07/04

AMORPAIXÃOAMORPAIXÃO


E ela chegou sorrateira e devastadora. Tomou conta deste corpo indigente e, em seguida, já se mostrava extremamente intensa, dona. Como uma grande guerreira, destruiu quase todas as barreiras, as mais altas, e atravessou um rio largo, que não tardava em desaguar em lágrimas, só para me atordoar. Como um tornado, devastou todas as lembranças e bagunçou os sentimentos de passado remoto, tudo de uma vez só.


Foi quando isto tudo, esmiuçado, mexido, ganhou corpo de revoltado e nesta luta de forças, beirando o desespero, nasceu um AMOR. Ela, a PAIXÃO, essa violenta que acabara de chegar, arrombando a grades das minhas janelas, sentindo-se enfraquecida perante a inundação do novo sentimento chamado AMOR, resolveu também se aliar, como fazem os fracos e os sábios, aos montes.

E assim, em meio a esta revolução que não se viu, passei a amar você, a apaixonadamente amar você...

Escrito em 13/06/04

Poemas Repatriados


E, a partir de agora, retomo meu antigo blog com os poemas que foram desabrigados e que agora ganham novo lar. Com eles as respectivas datas em que foram escritas que, obviamente, não serão as mesmas da postagem!
Bjinhus e divirtam-se, ou não!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

REssacaMORSO


Os balões brancos no ar, enormes, que se embaçam diante da visão. A cabeça pulsante que ora é riso, ora é briga, ora é choro, ora é nada. Um enjôo que costura o antes e o depois. Um remorço pelo corpo condoído e vingativo, que reclama o direito de estar bem, ficando mal! Bem mal.

Acorda e luz acesa, sapato na cama, roupa fedendo a cigarro, garrafa de travesseiro.

-O que é que há?!

Não há!

Uma mijada, um copo duplo de água gelada, a cabeça pesada, uma tonteira, cama e mais nada!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Primeira vez há de ser genuína


Pois bem, diz o ditado que a primeira a gente não esquece. Que assim seja com esta e com todas as outras tb. Porém, haja visto que estou no momento de remixar coisas e informações que me permeiam, atravessam, transpassam, esquecer não é das coisas piores, contanto que tenha vivido tudo genuinamente. Aliás, assim como no título, é esta a palavra do meu ano.

Bem vindos os novos ares. Um Brinde a tudo o que está por vir!