quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

ME SEGURA!

Por favor, não me deixe sair de você, me segura!
O medo me carrega pra bem longe daqui!
Eu juro que tento vencê-lo e permanecer,
Mas as paredes são muito altas
E vão crescendo sem se conter
Mas eu ainda as pulo
E picho nessas em letras pequenas e arredondadas
Todo o meu amor por você, que saí tímido e miúdo
Temeroso de não mais ser,
Mas que por dentro explode insanamente
Desesperado em não perder você!
Me segura não me deixando partir!

Mesmo dia, porém sem imagens para este!

Para não esquecer


Um vontade de fugir por aí, em busca de nada, apenas eu, vc e uma mala!
E a vida carregando a gente feito barco.
Mas o vento passa e pára a gente como placa que fica estacada no meio da rua,
Apenas para regularizar o fluxo do mundo,
Enquanto nós, ficamos lá, a espera e a procura de nada!

(final de 2009, início de 2010)

Esse sei lá que não me satisfaz...


De repente você virou meu tema recorrente
Você que era vida vivida cotidianamente
Você que era amor e mais amor e mais
E aquele coração palpitando, que beleza
Virou um nó de incerteza que não pára de incomodar
Não quero o Boa noite de quem esqueceu como se ama
Não quero a rotina dos casamentos de sacristia
Quero o seu querer puro e simples
Como sempre foi, assim ou mais
Menos você sabe bem que não me atrai
Mas você agora daqui, não sei
Não sei porque, não o que te faz assim tão lá
Quero ouvir a verdade que me aquecia a alma
O mimo que me engrandece e satisfaz
Mas você não faz, se faz é pouco
Não me diz, não diz nada
Tem medo, dorme e não tem mais nada
Só o durma direitinho e?
E nada que me faça sorrir e dormir em paz!
Se bem conheço esses sinais, sinto desde já
O amargo gosto de quem não me quer mais!

27/01/10
(imagem retirada da internet, com assinatura de Andréa Ferraz)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

DESDÉM


Reclamo da distância que nos separa sem estarmos longe,
Você comenta a apresentadora da TV.

Digo que sinto sua desistência,
Você emite um som estranho e muda de assunto.

Fico calado envolto em sua voz muda de comentários superficiais.
Você não percebe, vai tomar banho.

Penso que estou louco, que é apenas uma fase, que o desdém faz parte deste seu autismo natural.
Você é lacunar, eu continuo sem saber.

Sinto que os muros levantam-se lentamente (Tento ainda segurá-los).
Você me perde gradativamente, sem saber (Porque parece ser irrelevante para você)!

Reflexão de Merda, mal-escrita agora (27/01/10)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Quem não quer ouvir, não pergunta!


Foda-se você e o seu carnaval! Não se ofenda com as ofensas que não são suas!
Entender-me não é a cogitação, respeitar-me sim! Sinto assim, sou assim!
Não compreendimento não onera meus sentimentos. Por isso mesmo: Tanto faz!
Se quis ouvir o que me dói, não me culpe pelos respingos que te ardem e remoem.
Poderia ter dormido sem essa! Poderia ter dormido sem isso!
Se para você é pouco, para mim, o todo é menos ainda!
Porque por ser mais, não quero o que não preciso.
De resto, fique com as cinzas destes dias de brilho!
O que eu quero está mais e bem mais além
E renasce todo das poucas cinzas desta falsidade que os faz sentir bem!
Foda-se a "briguinha" e seu tom professoral.

Agora! (Mesmo dia do último post)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Essa gente carNavalha


Pela passarela desfilam todos
São coloridos, cintilantes, bailarinos
Vestem suas fantasias de cordeiros e perús e faisões
Paramentam-se de sorrisos, brincadeirinhas e abraços apertados
Mas quando paro olhar, vejo lobos e hienas e cobras e lama
E aquela gente carNavalha vai se esgueirando
Contorcendo-se em olhares de gente pouca, gente pequena
E o que é brilho ofusca, o que é riso é mal
E tudo o que deveria ser
Vira sujeira
Disputa
Brincadeirinha de Carnaval!
Sapucaí, 21/01/10

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Desesperados Fragmentos da minha Rotina


Acordo, lavo a louça, arrumo o quarto, finjo controle sobre minha vida. Pego dinheiro emprestado, fico na internet, fico preso à internet, sugo a internet, finjo estar aprendendo com ela. Confundo minha cabeça de imagens e informações. Vou ao banheiro e penso que preciso criar. Vou a cozinha e penso que preciso dar um rumo a minha vida. Como e penso no futuro. Lembro que não tomei banho, saio da net. Acabo de ler a última página do primeiro capítulo de um livro que estou lendo. Sinto uma sensação de dever cumprido. Vejo que faltam muitos outros capítulos. Me desespero. Penso em desistir do livro. Depois penso que preciso terminar os ciclos que começo. Olho para porta, seu entorno está repleto de post-its coloridos com lembretes de coisas que continuo esquecendo de fazer. Não esqueço das coisas, simplesmente enrolo para realizá-las. Volto para a net, escrevo em meu blog. Penso: Ainda não tomei banho! Preciso sair daqui. Me proíbo de abrir novas guias. Me proíbo de olhar o twitter. Me convenço de que não há novos recados no orkut. Me desespero de novo. Penso em uma imagem que reflita tudo isto. Sinto saudades dos outros. Depois quero ficar só. Aí não quero mais. Preparo uma cuba-libre. Penso: Beber sozinho? Alcoolismo. Bebo mesmo assim. Páro de pensar, ligo a TV. Esqueço o que estava pensando. E assim vou levando. Por que?
Em casa, 19/01/09

sábado, 16 de janeiro de 2010

Propaganda Enganosa


Nesta busca insana pela verdade verdadeira mais instantânea, pessoal e impactante, passei a observar o que há de imagem de mim neste mundo que agora é só delas, as imagens.

Vi que sou escravo daquilo o que quero mostrar, daquilo que quero ser, daquilo que nunca serei, daquilo que já fui, e que isto varia de acordo com cada relação que estabeleço e que, na verdade, há verdade em cada um desses rostos que refletem o que quis fazê-los imaginar, porém refletem também o que não sou.

Assim, nesta complexidade de auto-conhecimento declaro que a imagem que se vê de mim não é mais. Há muito mais, ou muito menos, isso depende de a quem me refiro. Fiquem atentos aos que vêem a sensualidade, o glamour, a bem-aventurança, o promissor, o sucedido. Porque certamente quando me vir perante ao mar, com a água fria lavando meus pés e a quente dos meus olhos ajudando a amorná-la, verá que em mim há também, e demais, aquilo que está sempre prestes a quebrar, a romper, a desfazer, a rasgar.

Sou a incompletude daquilo que construi até então. E o que quero, ainda está muito a frente, tão distante que ainda não há imagem para traduzir.

Não sou forte como parece, não sou grosso como parece, não sou radical como parece, não sou decidido como parece, não sou o tanto mais o que lhe possa parecer. O que sou? A partir de agora passo a tentar descobrir genuinamente. Por ora, sou o que melhor lhe parecer, contanto que parta apenas da verdade do que eu lhe disser, não do que eu lhe aparentar!

Botafogo, 16/01/10


MEDIOCRIDADE


O ano que passou me tragou feito boca de caminhão de lixo e até agora não sei ao certo se fui eu quem me atirei ou o contrário aconteceu. Sei que, depois que saí de lá, devidamente amassado e mastigado, muitas coisas ficaram ainda mais confusas aqui, do lado de fora da muvuca do ano que se foi.

Ainda ontem me vi sozinho, porque os amigos se foram e se vão, eles sempre vão, por mais que eu tente incessantemente trazê-los e mantê-los como um imã, para evitar a brisa temerosa de solidão, eles se vão. E se foram. E eu fiquei!

E então, na opcional solidão desesperadora, tentei enganar-me pensando que minha vida é meu trabalho e que como tal, não estou só, porque vivo para isto e blá, blá, blá. Por um momento acreditei na minha própria mentira e fiquei confortável brincando de casinha, numa casa que sequer é minha de verdade.

De repente, e talvez tenha sido a constatação a seguir o auge de meu desespero, percebi que arrumava as coisas pela casa sem parar. E que me comportava como em um comercial de Tv, onde as casas tilintam beleza ou ainda em um seriado norte-americano, onde morar sozinho é COOL.

No entanto, meu surto de organização não passava de uma tentativa patética e frustrada de tentar organizar minha vida, que parece estar perdida em meio a estes milhares de pensamentos que me questionam a todo momento qual o caminho do presente devo seguir para alcançar o futuro. Este futuro tão ambicionado que tarda cada vez mais a começar a se estruturar.

Assim, sentei em frente a Tv, tomando um copo de algo alcóollico e temi que aquele fosse o meu futuro, que ali estaria eu mais uns anos a frente. Pensei em ler, escrever. Desisti. Me acomodei e me calei. Não sei se cochilei ou encachacei. Acordei com um Haiti aos pedaços assim como eu e eu, que até outrora me sentia o centro do mundo em minhas lamentações, me senti ainda mais pequeno. Impotente!

A mesma impotência que sentia aquela menina negra deitada no chão, que olhava assustada para a câmera, era a minha ao olhar para ela e lamentar por não estar lá, ao lamentar por nunca ter me interessado por tudo aquilo, ao lamentar por minha arte ser tão pequeno burguesa e inexpressiva. Chorei sozinho.

Agora, aqui estou eu, de volta, depois de muito enrolar e me boicotar, eu e minha mediocridade estamos aqui, escrevendo estes parágrafos para sei lá quem, pensando se alguém chegará até as linhas finais de um texto longo como este. Ficamos aqui! Eu, minhas dúvidas e ambições. Eu e meus projetos sem concretude. Eu e esta minha solidão!

Botafogo, 16/01/10
(Imagem original de Cesar Huerta, encontrada na internet, remexida por mim)