quinta-feira, 25 de março de 2010

per FORMA ti CIDADE


Existe uma arte que passeia pelas ruas, uma arte que chega até as pessoas, uma arte que vai até elas porque se iguala, porque se suja nas calçadas, porque conversa com mendigos, porque é parte da arquitetônica cidade.
Essa arte ora performática, ora trovadora, ora nada, porque nem nome tem, porque não se formula formas sobre coisas realmente efêmeras e essências.
É ela que tem chamado meu nome, tem grudado em minha alma, tem bagunçado meus sonhos e que tem feito brotar de mim estas palavras convulsivas.
Não tenho pretensão de aqui teorizá-la ou torná-la escritura informatizada. Apenas apresento-lhes a minha mais nova pílula de arte animada. Que me faz pensar, riscar coisas, ver imagens embaralhadas.
Tô adorando essa cidade performática, essa poesia remixada que se abre aos poucos para mim.
Hoje quero ouvir o povo da rua, os passantes, a galhofada. Por ora é isso, de salas e luzes nananinanada!
Filosofia desconexa em 25/03/10.

quarta-feira, 10 de março de 2010

AMA(en)DURECER


Foi dada a largada e a corrida contra o tempo, contra a decepção, contra os aniversário é tão veloz que faz doer minhas pernas, cabeça e coração.
Ter sono é preguiça, comer demais é dispendioso, internet é falta do que fazer. E mesmo que os olhares preocupados dos pais não ecoem a minha volta, cobrando-me, como vozes do além, são as minhas cobranças em gritos que me atordoam cada vez mais e mais.
É preciso ter paciência, foco, seriedade, força, coragem. Mas a ansiedade de construir palácios que abrandem tudo o que ainda não criei acaba, muitas vezes, me fazendo tropeçar e desandar.
E os anos passam como em um relógio que conta as horas de trás para frente. Se o apogeu vinha aos 25, reza-se agora para que ao menos o caminho surja até os 30.
A ausência de irmãos, a sexualidade que não trará a continuidade, os pais envelhecendo, o cuidado virando um peso financeiro, a solidão da incerteza. E o medo, o medo, o medo.
Pego um caderno, traço planos, acredito, espero, controlo a ansiedade, faço ouvido de mercador, rezo para acertar.
E enquanto isso, o tempo rindo de meu desespero, passa rápido para pressionar-me , mas arrasta-se para realizar-me.
10/03/10