segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Poesia Assassinada

Teu olhar de águia mata toda a poesia da minha alma
Um brinde as tuas críticas
Um nada às minhas ingênuas palavras

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Nossa trama

Quem afinal costura a história? Somos nós ou são os nós? Quem de nós costura essa tal história? Quantas mãos são necessárias para a trama se findar? Qual mão fará a história (RE)começar? Quantos panos, quantos metros, quantas colchas, quantas historiogramas? Quanta linha, quanta corda ainda será preciso dar/doar? E essa dor, é só a saudade que reclama? Alinhava a esperança já descosida a vontade louca de te encontrar? Quem descosturará nossa herança? Quanto ainda falta para terminar?

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Não amar não me faz bem

Por que é que você não vai. Não se esvai de vez. Sem deixar nem mesmo um cheiro. Nem um rastro de aconchego. Por que é que você não vem. Não me retém. Não me contém. Sem você, mais ninguém. Com você, boa noite, sonhe bem. Sonhar é dormir. Dormir é sofrer. É pensar em você. É transpirar você. E você não vem. Você, esse alguém que não mais me quer bem. Você desdém. Volta, esse revolta, me traz de volta, me leva como convém. É você quem me faz bem. Você que foi, não volta. Você que vai, não vem. Espera, te espero, venha ser meu eterno bem. Amor que cresce, não apodrece, mesmo sem você. Amor meu e de mais ninguém. Volta! Vai, mas volta. Salvemos o amor que a esta memória faz refém. Deixa já deste vai e vem. Vem, vem, vem... vê... vem... me vê... lembra um pouco... reacende a chama... vem que eu te espero... vem... venha... vem... venha... venha logo, meu bem... sem você, sou ninguém... eu te amo, meu bem... eu te amo, meu bem... e sem você eu sou ninguém...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Processo - Pça. Roosevelt - AURORA

Uma roda gigante, luzes acesas de parque de diversão, um amarelo La Chapelle, uma amarelo cabelo de barbie, um amarelo que acende a escuridão, a luz do fim da noite, a dona da lanterna, a luz do foco no palco que ilumina tosca canção. Um objeto que gira, uma saia comprida, pregas na saia, roda-pião. Um glamour de cor estourada, amarelo, amarelão. Diva trash, diva luxo, Candy Darling da prostituição. Marilyn, Alcione, Simone, Rorô, Xuxa, Elizete, Andréa Sorvetão!
Referências de um mundo inexplorado, conjunto de imagens, recortes de sensação. Um início, um ponto de partida, uma Aurora que desponta para mim, aos poucos, no fim/começo de nossa ainda dramatúrgica escuridão!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Mantra pela retidão

Um dia, uma aperto sufocado de lembranças descontextualizadas. E o estar parece incerto. E o sentir parece disperso. Como se bastasse um dia para desregular o fundo mar. Ai das águas antes calmaria. Ai das horas longas das noites lindas de luar. A neblina trouxe um cheiro amargo de saudade. O peito ferido resiste enfim a liberdade. Temer sentir é prevenir ou impedir o novo que já vem? No mais, espera um segundo, olha à frente, segue o mundo, apaga as imagens, desata os nós, sacode a cabeça e não fique a sós. Voltar a processar a vida em minutos. Vida antes interrompida por um muro e agora colorida de tons inseguros. Tropeça, cai, respira e corre atrás! Tropeça, cai, respira e corre atrás! Tropeça, cai, respira e corre atrás!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Um beijo, se cuida!

Aos poucos, como rascunho, os traços de você vão se esvaindo da memória. Não tenho mais precisão de cor, de linhas ou mesmo de ângulos do teu corpo. Some o rosto, a pele, a alma, a ÍNDOLE. Do passado fica o visgo que cobre verde musgo o muro sombrio. Muro de palavras caladas, muro de palavras resguardas, muros de palavras não ditas, muro de palavras nunca mais ditas. O 'você' voltou para os poemas exatamente por te conter cada vez menos dentro dele. Eu te amei como nunca, jamais, amei ninguém e no fim, você me desprezou. Agora, esse amor vai virando água em meu corpo, suor da pele, secaram as lágrimas, urina, vômito, linfopatia. Você se esvai aos poucos, orgânico, sem dor. Me emagrece, fingindo-se humano. Isso tudo é desamor. De você vai restando um pouco. E do que resta, guardo em pote, a poeira sagrada de tamanha dor. Vá com Deus rascunho, me deixe história, lápis, borracha e papel, por favor!

sábado, 10 de março de 2012

A inesperada bolha de sabão que não se estourou

Ainda ontem, em meio ao caos da cidade barulhenta, entre nós passou uma lumicolor bolha de sabão, inusitada, inesperada bolha de sabão que nos interpelou. Dentro da bolha, flutuando leve feito mágica, eram mirantes, conversas, sucos, vistas, toques, cartas, beijos, carinhos, toques, lembranças, reencontros, palavras, olhos, olhares, cachorros, vizinhos, motos, paulas, sammaras, banhos, sanduíches, cookies, torradas, músicas, carinhos, cuidados e um anjo protetor. A bolha suspendeu, mas não se estourou.


Meu agradecimento para você, em 10/03/12.
Rodrigo Abreu

sexta-feira, 9 de março de 2012

Amor à mais

No fim, fica a receita de um amor ainda maior. A possibilidade de amar cada vez mais e mais. Cada vez mais lento e suave e sereno amor. Sem peso, sem dor. Só amor e cuidado. Amor e carinho. Amor e admiração. Por que amor em mim é muito. Amor em mim é tudo. Amor em mim é intenso e vaza. Amor em mim não se estraga. O amor que ofereci sem nem perceber. O amor que tanto temi. Todo esse amor que um dia pensei me oprimir. Esse amor não azedou. Esse todo, esse tão grande amor, é agora o mais doce e o mais puro de todo o meu mais cristalino amor. O coração de hoje ama mais assumidamente agora do que um dia já amou.

É chegada a hora em que o corpo cansa

Chega um hora que cansam as palavras. Cansa poetizar tanta porrada. Que cansa o decepcionar. Que cansa a falta de cuidado. Que cansa forçar-se bem estar. Que cansa superar. Chega uma hora que cansa respirar. Chega uma hora que cansa pessoas. Chega uma hora que cansa pensar. Que cansa respirar. Cansa sentir. Cansar amar. Cansa desamar. Cansa aqui estar.

domingo, 4 de março de 2012

Se liga, seu babaca!

Ei, acho que já chega de tanta palhaçada. Pega esse coração de acrílico e joga na privada. Será que já não chegam todas essas palavras. Preservação já virou palavra antiquada. A hora agora é da virada. A história está mais do que continuada e você aí, ainda aí, no meio mais de buscar conversas de meias palavras. Que acreditar em quê? Acreditar em nada mais, mais nada. O que se foi, foi de lavada. Agora deixa a água lavar de vez, solta esse mar, deixa a cascata correr cristalizada. Mata no peito esse resto do que ainda te mata. Mata do peito esse e isso e aquilo e o outro e o todo disso tudo tão sem graça. Esquece, suja, rasga, apaga. Lava a cara e vai em disparada. Haja verdade para tanta vaidade alimentada. Bloqueia do orgulho o acesso a tua sincera alma, ainda, até ontem, sutilmente esperançada. Olha pra frente, não veja nada. Olha pra frente, esquece e passa. Olha pra frente e lembra: Passa! Olha pra frente e lembra: Tudo passa! Já passou! Passou! Passa... pas... pa... p...

sexta-feira, 2 de março de 2012

Pesquisa Artística Medéia - A Separação

Desaniversário de 4 anos e 8 meses de namoro

Em meio a noite de sonhos conturbados nos abraçamos desnudos num abraço de comemoração calado. Éramos dois épicos bardos cercados de cuidado por todos os lados. Sentia o calor da tua carne suada. Na vista o tom sépia da tua pele flamejava. Éramos eu, você e mais nada. Comemorávamos os anos de uma vida convivida, de uma vida abençoada. Comemorávamos o amor que espremido em forte abraço latejava. Acordei do sonho, acabou o sono, parede esbranquiçada. Que dia é hoje? Hoje é o dia em que não se comemora mais nada!


sábado, 25 de fevereiro de 2012

Primeira tentativa de expressar cena sem igual

Lavei meu corpo em um ritual de carinho quase sexual. Reconheci parte à parte esquecida. Refiz cartografia de minha alma em memória tridimensional. Os olhos fechados recebendo a água que descia morna. As mãos revendo as marcar físicas de todo o recente mal. O sabonete lavando leve as feridas. O coração agradecendo a atitude maternal.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Quando o corpo reanima

Descobrir-se frágil diante do amor. Amar até o fim. Errar, cair, duvidar. Humanizar a máscara do dia à dia. Terminar para recomeçar. Um dia depois do outro. Um dia lindo, um dia novo. Descansa um coração cansado de chorar. Despede-se a dor que já tarda em abandonar a casa de minha alma. Ler para ocupar, ter calma, respirar. Cuidar de si como quem cuida de um filho. Se acariciar. Sentir o corpo pelado no escuro. Perceber o que ficou. Descobrir o que mudar. Levantar junto com o novo dia. Desabituar. Começar o novo ano. Cuidado no caminhar. Amadurecer e deliciar. Olhar céu, horizonte, gente, o mar. Voltar a ser o Ser do mundo. Reinventar as músicas, aprender a cantá-las. Ser feliz é um bem divino. Depois do trauma, vem a bonança para presentear. Apaziguar a alma. Abrir-se para amar. Deixar a vida abraçar.

Acordar

Olhando o mar. Pequenez diante do mar. Um brisa nada fria acaricia. Hora de levantar. Acordo cedo. Sonhos muitos. Respiro fundo. Tardo em não lembrar. Café no copo. Silêncio profundo. Corpo escudo. Cheiro de superar.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Trilha sonora do AGORA

Trajetória: http://www.youtube.com/watch?v=IhFzoLtQAqI

Sem aviso: http://www.youtube.com/watch?v=M4pLhTbebaY

Perfeitamente: http://www.youtube.com/watch?v=fNlbxn89yjE

Linha tenue: http://www.youtube.com/watch?v=p90BLIb5N5o

Sobre esquecer

Pensar
Lembrar de esquecer
Mudar a energia
Desenergizar
Focar a vida
Ser pequeno
Ver mundo grande
Ter sede de viver
Botar remédio nas feridas
Pensar
Mudar a frequência
Lembrar de esquecer
Olhar o mar
Pensar violeta, sorriso de bebê
Mudar de assunto
Rir da vida
Afastar-se das lembranças
Desmistificar o querer
Trabalhar
Retomar a vida
Criar para esquecer
Escrever
Ler, ler, ler
Não pensar
Pensar em nada
Cantar uma música
Não lembrar
Fingir esquecer
Forçar-se a esquecer
Ser
Inteiramente ser
Respirar fundo
Sair de fininho
Balançar a cabeça
Trocar a música
Mudar a história
Brincar de viver
Deixar passar
Reaprender

Último poema para você

Como tudo acabou assim?
Com esse não nunca dito
Apagamento de todo um caminho lindo
Com o deleite de um orgulho que só me fez sofrer
Você sambando na minha alma sofrida
E essa culpa do sofrer que é toda minha
Esqueceu-se de tudo o que poderíamos viver
Trocou certezas por rápidas belezas
Amor por fútil libertação carnavalesca
Converteu-se em outras coisas
Fez meu coração desconhecer você
Tudo isso por uma vaidade que há de fenecer
Não há tempo que não cure o sofrer
Não há separações que não nos façam arrepender
Porque conhecer você?
Fazer valer a pena todo um já passado querer
Amar você foi minha grande demonstração
Facilmente pode-se revisar toda ação
Comprovar a clareza de tão profundo bem querer
E agora este sei lá o quê de aflição
E agora esse apagamento de você
Você que vai embora sem lembranças
Você que vou fingir não mais ver
Você que era tanta expectativa
Agora este ser de quem nem sei o que dizer
Não há vilania para quem deixou de amar
Há para quem não soube se colocar
Há para quem ainda me fez acreditar
Há para quem potencializou o desprazer
Há para quem não se dignou a efetivamente a dividir um viver
Essa história um dia virará piada
Você rindo de mim e eu desta estrada insolitamente galgada
Se soubesse que seria assim
Sinceramente
Preferiria não ter vivido absolutamente nada
Tempo ido de vida perdida
Vou-me embora sem você
Vamos embora sem mais nos reconhecer
Vai com a vida
Reconstruo aqui a minha
Este é meu último poema para você

Resumo de Separação

Um fim
As dúvidas
Muita dor
Uma suspensão
Enorme decepção
Uma pausa
Uma remontagem
Uma recomeço
Uma superação

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Invalidar você

A partir de hoje, nunca mais teu nome eu vou dizer. Eu vou apagar você. Para sempre, todo sempre. Nunca mais hei de evocar você. Transformarei essa história em arte, reinventarei você. Apagarei as fotos, queimarei as roupas, anularei você. Você que não me cuida nada. Você que só ama a sua estrada, você que me obrigo agora a esquecer.


Published with Blogger-droid v2.0.4

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Poema para Jorge que não é da Capadócia

Você que é a pausa. Você ponto e vírgula da minha história. A nota dissonante que desarmoniza minha vida. Você que nem sabe de mim, você que de mim ganha meia palavra. Nada contra você, de quem nem sei o que dizer. Você, interrupção abrupta da minha melodia. Você aparência que remete no meu eu. Você causa antiga. Você retomada de causa. Esconderijo de palavras é tua caminhada. Você que não me passa. Que me deixa em profunda desgraça e dança seu samba sem graça. Você cara maquiada.  Você corpinho infantil. Você fotos espalhadas, você memória inventada. Você que torna tudo fútil. Você simples band-aid para coração imbecil.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Enfim dor, vá embora!

Enfim virar o 'ex' de quem se ama. Sair de cena e dar lugar para que outro possa enfim ocupar. Aos poucos esvaziar memórias e sonhos para deixar que o novo venha se apresentar. As mãos ainda tremem, a pele ainda arrepia, o coração não cansa de acelerar. As lágrimas molham cada tecla do teclado, fazendo boiar uma a uma as palavras dessa angústia que é terminar.
Saber-se esvaído da vida do outro, sentir seu cheiro, teu jeito indo. Saber que você nunca mais estará lá! A confiança acabou, o amor não. A relação acabou, o orgulho não.
Resta uma dose de humilhação e uma solidão profunda!
Nada ficará em breve, tudo muda. Já mudou, é renovação. O outro chega para acabar com a tortura. Afasta a minha alma que ainda sente-se grudada na sua.
A cada soluço alto que não consigo controlar. A cada respiração que me sufoca, prestes a me matar de falta de ar. A cada acesso à minha memória que relembra a tua. A tudo isso, contra tudo isso, eu não estou mais lá. Você foi, o outro veio, você definitivo, ele sempre feio.
Ele que não sei quem é, eu que não sei quem sou.
Mas há de passar, uma hora, isso tudo, isso sem nome, há de me largar!
Ai, que seja agora!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Poema de merda, poesia bruta, sentimentalismo de nada!

A dor é tanta que nem consigo me mover. Os dedos arrastam-se sobre o teclado tentando verbalizar sentido em todo este descompassado querer. Os olhos molham, a boca seca, a respiração hipnótica. E você. Você, esse lindo ser que se vai. Você sentimento que se esvai. Este alguém que não posso mais ter. A inversão dos papéis foi profunda, o pé que chutou bateu na minha bunda. Aqui doeu. Você gemeu, mas melhorou. Pedra bruta! Renovou. Eu Medéia, você Jazão. Eu, ex-forte, Você falso fraco. Eu, o engano do que todos pensavam, você a surpresa inesperada. Você parte cria, resto criatura recriada. Você carnaval, eu nada.
Quero deitar no escuro até morrer. Até escurecer a alma da tua lembrança, fechar meus olhos, finalizar as batidas da carne, adormecer, retornar ao chão, ser só boca calada.
Não pensar! Como esquecer?
Você que eu não quis mais, você que não luta por nada, você que se levanta sem mancada, eu essa coisa aqui parada.
Não choverá na tua área, aqui, água, mais água, mais água.
Não aguento mais essa pegada, abandono a noitada, volto para casa, choro você
Você que não liga, você coisa fria, você que não me amou nada!
Você mentira acreditada. Você, paixão dissimulada. Você encena, eu máscara neutra, nós... NADA!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Todo o mal que você me fez...

Olhei no espelho, chorei porque desfigurei. Inflamei de você, engordei, enfeiei. Você barato homem, você não sei porquê amei. Você agora castanho, eu mais pequeno burgues. É isso, foi esse o grande mal que você me fez. De você contraí insegurança e pequenez. O mal, foi tudo o que me fez.


Published with Blogger-droid v2.0.4

A morte do pássaro

E o pássaro caiu. Caiu bobo, burro, torto. É o pássaro mais morto que já se viu. As asas dele, o amor levou. Sua liberdade, sumiu. O passaro que voava bem alto, é agora pássaro que ninguém nunca mais viu. Pobre pássaro, passarinho, pobre do pássaro que morreu, sumiu.


Published with Blogger-droid v2.0.4

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Carnavalhada

A cidade dá as boas vindas para toda a graça. O carnaval toma de lampejo, em cortejo, toda praça. E eu cidadão daqui, gente que nunca retarda. Fico perdido, tempo outro, tempo solo, feito bobo, gente chata.
O tempo muda, a vida turva e eu continuo sem entender nada. A cidade toda, mundana à toa, ninguém nem me avisou nada. Ou bebe e dança, ou vaza. Folião ou gente deslocada. Eles e meu nada. A cidade arrancou o meu choro de arrancada. Estou eu aqui, susto buscando saída em meio a poucas palavras. A vida é festa, é de repente! Tudo muda e ninguém me perguntou nada!

Em 04/02/2012

Medo da garrafa

Amenizo toda essa informação com uma gelada
Emendo numa cachaça
Faço pirraça
Descubro uma garrafa
Quente ou gelada
Que me toma, que eu topo, que me mata
Bebo todas
Não tem graça
Lapa, praça, balada
Tudo isso
Gente toda
Eu sozinho
Haja gole
Tanta coisa
Será que isso nunca passa?
Em 04/02/2012

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Desconjuntado

Me cortou.
Toda essa luz de realidade me cegou.
As músicas, a poesia, o amor.
Tudo isto me aprisionou no meu castelo de décimo andar!
O príncipe encantado foi-se embora de metrô, mandou mensagens, gritou, chorou.
Eu que fechei a porta.
Ele que não voltou.
E agora, todo esse monte de nada me afundou.
Os dias que passam, as horas que voam, o tempo me atordoa.
Acabou a série, virou a página, findou o livro.
O conto de fadas acabou.
E a princesa pequena burguesa, essa princesinha de merda, bebeu e bebeu e bebeu que se desmoronou.
Essa princesinha sou eu.
Foi o que me restou.
Quando foi que essa merda toda aconteceu?
E depois de tudo isto, depois de todo o tempo, cadê eu?
Gosto de quê, espero o quê, quero o quê?
Ei, volte aqui, devolva minha vida!
Cole uma lente na minha retina.
Me faça voltar a enxergar.
Acabou a fantasia e nem dancei meu carnaval.
Toda essa sua realidade azul me faz muito mal.
Essa dor que não me passa.
Ultrapassa-me todo este torpor sem graça.
Vida destruída.
Exagero de menina.
Gordura acumulada na barriga.
Todo esse tanto,
O que era muito,
Desamor.