segunda-feira, 12 de março de 2012
Um beijo, se cuida!
Aos poucos, como rascunho, os traços de você vão se esvaindo da memória. Não tenho mais precisão de cor, de linhas ou mesmo de ângulos do teu corpo. Some o rosto, a pele, a alma, a ÍNDOLE. Do passado fica o visgo que cobre verde musgo o muro sombrio. Muro de palavras caladas, muro de palavras resguardas, muros de palavras não ditas, muro de palavras nunca mais ditas. O 'você' voltou para os poemas exatamente por te conter cada vez menos dentro dele. Eu te amei como nunca, jamais, amei ninguém e no fim, você me desprezou. Agora, esse amor vai virando água em meu corpo, suor da pele, secaram as lágrimas, urina, vômito, linfopatia. Você se esvai aos poucos, orgânico, sem dor. Me emagrece, fingindo-se humano. Isso tudo é desamor. De você vai restando um pouco. E do que resta, guardo em pote, a poeira sagrada de tamanha dor. Vá com Deus rascunho, me deixe história, lápis, borracha e papel, por favor!
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