sábado, 22 de agosto de 2009

A Última Flor

A flor que nos faz recomeçar, não é a mesma flor que resta no fim. É a última flor que brota de mim e que germina no seu olhar. Seu olhar sempre mirando jardins.

Há em mim a semente do que me gerou. Há em mim amor em pétalas carmim e um verde de esperança sem torpor e sem fim.

Sem a flor que nunca jaz, não há mais, falta verdade. Verdade que nos faz, verdade que vos trago. A verdade de que falo. Não é verdade minha, nem sua. Nem mentira é tampouco. Mas é a verdade de nós mesmos que se esconde bem aqui, bem no fundo, despetalando-se aqui dentro. No simples instinto do Ser, de ser. Sermos todos, muitos, juntos, jardins. Os jardins que miraram um dia, os teus olhos, hoje olhos vazios, sem cor, olhos vis.

Que reabram as janelas da tua alma e que plantes enfim a última flor que trago em mim e que ofereço à você. Que ela floresça, dia à dia, e que colhamos juntos, no fim da primavera, o prazer do amor nascido do prazer de ouvir, ver, tocar, beber, comer, cheirar você, que é o outro. O outro que sou eu. Você, eu e o todo!

PS: Queridos este texto é fruto do processo "A Última Flor", a peça que estou dirigindo e que estréia no próximo dia 04/09, no teatro Glaucio Gil. A presença de TODOS é muito importante!

Um comentário:

Deixe seu grito após o bip!