sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sono do Prazer

Na sala escura
Teu corpo inspira-me poesia
De palavras sem forma
Mas teu corpo
Ah! O corpo
Que formas!
Cinzas, chumbo, sombras
É teu corpo entregue ao sono do prazer
E este teu corpo, deitado
Teu corpo que à mim diz tudo
Diz-me agora que és tu o umbigo do universo
E aqui no escuro desta sala escura
As luzes pequeninas da cidade te torneam
Todas elas, como luz de fada ao nascer
Mágica
Mágico é este corpo
Meu corpo que é o teu
Tudo aqui no escuro espelha à ti
Pois tu és luz
Minha e de tudo o mais que há no meu mundo
Os olhos, os vidros, as telas, visores
Tudo!
Tudo espelha teu corpo
Admirados
Invejosos de tua adormecida beleza
Inebriados com esta tua vulgar e oferecida beleza
Insaciáveis por querer mais desta desnuda e esparramada beleza
E tudo aqui cheira à você
Tudo aqui anseia ser-te
Por um segundo mais e mais
E eu que à pouco fui teu
Tua parte
Agora olho
Ai, e que olhos são os teus!
Inocentes, tristes
Oh Deus!
De onde vem a origem de tanta maldade?
Deveria haver nos mundos mais beldades
Como esta
Obra Grega
Desenhada à mão divina
Leve
Criança
Que respira doce e calma no bailar dos sonhos
E que traz-me a paz de todo dia
Sem fim
Como esta, bem aqui, ao meu lado
Ai, que paz!
E que sem mais
Fico parado
Amanhecendo calado
Sendo-te cada vez mais devotado
Entregue
Apaixonado pelos infinitos encantos
Deste corpo
Ah, e que corpo!
Deste corpo
Que é o teu

Em 15/10/07

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