
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Isto vale um poema?!?!

sábado, 22 de agosto de 2009
O Vendedor de Amendoins

A Última Flor

A flor que nos faz recomeçar, não é a mesma flor que resta no fim. É a última flor que brota de mim e que germina no seu olhar. Seu olhar sempre mirando jardins.
Há em mim a semente do que me gerou. Há em mim amor em pétalas carmim e um verde de esperança sem torpor e sem fim.
Sem a flor que nunca jaz, não há mais, falta verdade. Verdade que nos faz, verdade que vos trago. A verdade de que falo. Não é verdade minha, nem sua. Nem mentira é tampouco. Mas é a verdade de nós mesmos que se esconde bem aqui, bem no fundo, despetalando-se aqui dentro. No simples instinto do Ser, de ser. Sermos todos, muitos, juntos, jardins. Os jardins que miraram um dia, os teus olhos, hoje olhos vazios, sem cor, olhos vis.
Que reabram as janelas da tua alma e que plantes enfim a última flor que trago em mim e que ofereço à você. Que ela floresça, dia à dia, e que colhamos juntos, no fim da primavera, o prazer do amor nascido do prazer de ouvir, ver, tocar, beber, comer, cheirar você, que é o outro. O outro que sou eu. Você, eu e o todo!
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Menino Grande com Sorriso de Palhaço

Ele se foi
O filme não parou
Há um breu
Há imagens sem cor
Hoje o dia é nublado
As roupas bicolor
O tempo não tem fim
A vida continuou
Na máquina fica a imagem
Morna
A imagem que imita gente
Gente, tão gente
Que molha os olhos
Traz torpor
O menino e o sorriso
A tristeza carregou
Foi pra longe
Para bem longe
Só a poesia ficou
E do sonho não terminado
Uma estrada,
Palco onde caminhou,
traz-me um Menino Grande
Sorriso de palhaço
Cantarolando histórias
De um livro que não se fechouSaudades que o mar me trás

Meu amor por ti transborda
É como o mar
Me chama, balança, faz descansar
Meu recuo
Meu porto seguro
Meu navegar
Teu amor é o meu guia
Meu farol
Uma ilha
Mar sem fundo
Amor sem fim
Incondicional
Explodindo
Dói
Arde a alma
Sinto calor
Um aperto, uma onda, uma saudade
Este amor
Em você sou livre
Sem você sou nada
Água triste
Prateada
Peixe frito
Na calçada
Sem você sou nada
Cabeça em ti vidrada
Vida assim marejada
Amo te amar
Amo te mar
Espero te aqui
Eterno em mim
Sim
À velejar
Eu você
Toda a paz
Areia e mar
Escrito em 07/01/08 (Agora chega né? A sessão declaração acaba aqui...rs)
Sono do Prazer

De palavras sem forma
Mas teu corpo
Ah! O corpo
Que formas!
Cinzas, chumbo, sombras
É teu corpo entregue ao sono do prazer
E este teu corpo, deitado
Teu corpo que à mim diz tudo
Diz-me agora que és tu o umbigo do universo
E aqui no escuro desta sala escura
As luzes pequeninas da cidade te torneam
Todas elas, como luz de fada ao nascer
Mágica
Mágico é este corpo
Meu corpo que é o teu
Tudo aqui no escuro espelha à ti
Pois tu és luz
Minha e de tudo o mais que há no meu mundo
Os olhos, os vidros, as telas, visores
Tudo!
Tudo espelha teu corpo
Admirados
Invejosos de tua adormecida beleza
Inebriados com esta tua vulgar e oferecida beleza
Insaciáveis por querer mais desta desnuda e esparramada beleza
E tudo aqui cheira à você
Tudo aqui anseia ser-te
Por um segundo mais e mais
E eu que à pouco fui teu
Tua parte
Agora olho
Ai, e que olhos são os teus!
Inocentes, tristes
Oh Deus!
De onde vem a origem de tanta maldade?
Deveria haver nos mundos mais beldades
Como esta
Obra Grega
Desenhada à mão divina
Leve
Criança
Que respira doce e calma no bailar dos sonhos
E que traz-me a paz de todo dia
Sem fim
Como esta, bem aqui, ao meu lado
Ai, que paz!
E que sem mais
Fico parado
Amanhecendo calado
Sendo-te cada vez mais devotado
Entregue
Apaixonado pelos infinitos encantos
Deste corpo
Ah, e que corpo!
Deste corpo
Que é o teu
Em 15/10/07
TEU

Esta leveza, esta tranquilidade, esta felicidade, esta música, este ar, este bate-forte do coração, estes planos, este sonho, este brilho nos olhos, esta saudade, este carinho, este tesão, este pensamento constante e este amor que não tem tamanho.
Tudo isso e muito mais é teu!
Escrito em 02/10/07 (E eu ainda disse que não tinha muitos poemas inspirados em você, hein?!)
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Ser-te

Ser tua pele e tua calma
Ser você dia e noite e madrugada
Quero ser tua voz suave
Ser teu riso agudo
Ser tua lágrima pequena e molhada
Quero ser os teus olhos pela manhã
Ser tua retina, teu pulso, teu chacra
Ser tuas cicatrizes e tuas sensíveis palavras
Quero ser teu abraço forte
Ser tua beleza desengonçada
Ser tua cara pintada de mágica
Quero estar sob a epiderme
Ser velejador do teu sangue
Ser teus gestos, os pequenos e os grandes
Quero ser tuas neuras
Ser teus traumas e teus sinais
Ser tua fome e tua ira
E ser-te mais
E sempre mais
Para que só assim
Sendo-te todo e ao mesmo tempo
Tentar suprir este amor urgente
Que nunca repousa
E que clama
Feito louco
Em ter-te aqui
Perto de mim.
Teu olhar

segunda-feira, 10 de agosto de 2009
EU TE AMO

E depois de que te amava
E depois nada
Tive certeza de que te amava
Quando não parava de pensar
Em você e no que falar
E quis fugir para outro lugar
Tive certeza de que te amava
Quando começavam a me irritar
Seus defeitos e jeito de falar
E ainda assim quis te abraçar
Tive certeza de que te amava
Quando meu corpo quis te afastar
Mas tirei tua roupa com força
Por que a pele eu não podia rasgar
Tive certeza de que te amava
Quando quis terminar
Mas vi que já não dava mais
E comecei a chorar
Bonança

Decepção

terça-feira, 4 de agosto de 2009
Ao Contrário X oirártnoC oA
Ode à Arte

segunda-feira, 3 de agosto de 2009
O PONTO
EMBASSADO

Brisa de Primavera
Constatação da Fragilidade (Ou apenas Auto-Mar)
Tamanha fragilidade teve de ser guardada em redoma calcificada, criada para lhe disfarçar.
Êta concha imponente, delicadamente construída e onduladamente infindável.
Um dia veio a onda e a levou, agora ostra, para conhecer o mar.
E assim foi ela à marejar, descobrindo horizontes, se expondo ao nadar.
Porém, sem perceber o mudar dos ventos, ela foi traída pelo sopro do tempo que movimentou as águas e tudo o mais que havia por lá.
A pobre ostra foi arrastada areia à fora, dolorosamente, como se fosse expulsa do mar.
Veio enfim um homem bronco, de barba branca e ares de velejador,
Olhando apenas para o azul à transbordar, ele pisou na concha, descuidado, que ali estava, na beira do mar.
Aquela casca se quebrou e só restou a pequenina pérola à lamentar.
E lá ficou ela, branca e pálida, feito donzela
Ai, que pena que me dá!
Mas parando bem para observar, ela, a pérola, me parece bem mais sincera agora
Do que aquela que andava à desfilar, escondidinha, lá pelas bandas do fundo do mar.
Foi por isso que vim-me embora
E a deixei para lá,
Sozinha,
De oferenda para Iemanjá.
Escrita em 30/11/06
F I M
