sábado, 25 de fevereiro de 2012

Primeira tentativa de expressar cena sem igual

Lavei meu corpo em um ritual de carinho quase sexual. Reconheci parte à parte esquecida. Refiz cartografia de minha alma em memória tridimensional. Os olhos fechados recebendo a água que descia morna. As mãos revendo as marcar físicas de todo o recente mal. O sabonete lavando leve as feridas. O coração agradecendo a atitude maternal.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Quando o corpo reanima

Descobrir-se frágil diante do amor. Amar até o fim. Errar, cair, duvidar. Humanizar a máscara do dia à dia. Terminar para recomeçar. Um dia depois do outro. Um dia lindo, um dia novo. Descansa um coração cansado de chorar. Despede-se a dor que já tarda em abandonar a casa de minha alma. Ler para ocupar, ter calma, respirar. Cuidar de si como quem cuida de um filho. Se acariciar. Sentir o corpo pelado no escuro. Perceber o que ficou. Descobrir o que mudar. Levantar junto com o novo dia. Desabituar. Começar o novo ano. Cuidado no caminhar. Amadurecer e deliciar. Olhar céu, horizonte, gente, o mar. Voltar a ser o Ser do mundo. Reinventar as músicas, aprender a cantá-las. Ser feliz é um bem divino. Depois do trauma, vem a bonança para presentear. Apaziguar a alma. Abrir-se para amar. Deixar a vida abraçar.

Acordar

Olhando o mar. Pequenez diante do mar. Um brisa nada fria acaricia. Hora de levantar. Acordo cedo. Sonhos muitos. Respiro fundo. Tardo em não lembrar. Café no copo. Silêncio profundo. Corpo escudo. Cheiro de superar.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Trilha sonora do AGORA

Trajetória: http://www.youtube.com/watch?v=IhFzoLtQAqI

Sem aviso: http://www.youtube.com/watch?v=M4pLhTbebaY

Perfeitamente: http://www.youtube.com/watch?v=fNlbxn89yjE

Linha tenue: http://www.youtube.com/watch?v=p90BLIb5N5o

Sobre esquecer

Pensar
Lembrar de esquecer
Mudar a energia
Desenergizar
Focar a vida
Ser pequeno
Ver mundo grande
Ter sede de viver
Botar remédio nas feridas
Pensar
Mudar a frequência
Lembrar de esquecer
Olhar o mar
Pensar violeta, sorriso de bebê
Mudar de assunto
Rir da vida
Afastar-se das lembranças
Desmistificar o querer
Trabalhar
Retomar a vida
Criar para esquecer
Escrever
Ler, ler, ler
Não pensar
Pensar em nada
Cantar uma música
Não lembrar
Fingir esquecer
Forçar-se a esquecer
Ser
Inteiramente ser
Respirar fundo
Sair de fininho
Balançar a cabeça
Trocar a música
Mudar a história
Brincar de viver
Deixar passar
Reaprender

Último poema para você

Como tudo acabou assim?
Com esse não nunca dito
Apagamento de todo um caminho lindo
Com o deleite de um orgulho que só me fez sofrer
Você sambando na minha alma sofrida
E essa culpa do sofrer que é toda minha
Esqueceu-se de tudo o que poderíamos viver
Trocou certezas por rápidas belezas
Amor por fútil libertação carnavalesca
Converteu-se em outras coisas
Fez meu coração desconhecer você
Tudo isso por uma vaidade que há de fenecer
Não há tempo que não cure o sofrer
Não há separações que não nos façam arrepender
Porque conhecer você?
Fazer valer a pena todo um já passado querer
Amar você foi minha grande demonstração
Facilmente pode-se revisar toda ação
Comprovar a clareza de tão profundo bem querer
E agora este sei lá o quê de aflição
E agora esse apagamento de você
Você que vai embora sem lembranças
Você que vou fingir não mais ver
Você que era tanta expectativa
Agora este ser de quem nem sei o que dizer
Não há vilania para quem deixou de amar
Há para quem não soube se colocar
Há para quem ainda me fez acreditar
Há para quem potencializou o desprazer
Há para quem não se dignou a efetivamente a dividir um viver
Essa história um dia virará piada
Você rindo de mim e eu desta estrada insolitamente galgada
Se soubesse que seria assim
Sinceramente
Preferiria não ter vivido absolutamente nada
Tempo ido de vida perdida
Vou-me embora sem você
Vamos embora sem mais nos reconhecer
Vai com a vida
Reconstruo aqui a minha
Este é meu último poema para você

Resumo de Separação

Um fim
As dúvidas
Muita dor
Uma suspensão
Enorme decepção
Uma pausa
Uma remontagem
Uma recomeço
Uma superação

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Invalidar você

A partir de hoje, nunca mais teu nome eu vou dizer. Eu vou apagar você. Para sempre, todo sempre. Nunca mais hei de evocar você. Transformarei essa história em arte, reinventarei você. Apagarei as fotos, queimarei as roupas, anularei você. Você que não me cuida nada. Você que só ama a sua estrada, você que me obrigo agora a esquecer.


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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Poema para Jorge que não é da Capadócia

Você que é a pausa. Você ponto e vírgula da minha história. A nota dissonante que desarmoniza minha vida. Você que nem sabe de mim, você que de mim ganha meia palavra. Nada contra você, de quem nem sei o que dizer. Você, interrupção abrupta da minha melodia. Você aparência que remete no meu eu. Você causa antiga. Você retomada de causa. Esconderijo de palavras é tua caminhada. Você que não me passa. Que me deixa em profunda desgraça e dança seu samba sem graça. Você cara maquiada.  Você corpinho infantil. Você fotos espalhadas, você memória inventada. Você que torna tudo fútil. Você simples band-aid para coração imbecil.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Enfim dor, vá embora!

Enfim virar o 'ex' de quem se ama. Sair de cena e dar lugar para que outro possa enfim ocupar. Aos poucos esvaziar memórias e sonhos para deixar que o novo venha se apresentar. As mãos ainda tremem, a pele ainda arrepia, o coração não cansa de acelerar. As lágrimas molham cada tecla do teclado, fazendo boiar uma a uma as palavras dessa angústia que é terminar.
Saber-se esvaído da vida do outro, sentir seu cheiro, teu jeito indo. Saber que você nunca mais estará lá! A confiança acabou, o amor não. A relação acabou, o orgulho não.
Resta uma dose de humilhação e uma solidão profunda!
Nada ficará em breve, tudo muda. Já mudou, é renovação. O outro chega para acabar com a tortura. Afasta a minha alma que ainda sente-se grudada na sua.
A cada soluço alto que não consigo controlar. A cada respiração que me sufoca, prestes a me matar de falta de ar. A cada acesso à minha memória que relembra a tua. A tudo isso, contra tudo isso, eu não estou mais lá. Você foi, o outro veio, você definitivo, ele sempre feio.
Ele que não sei quem é, eu que não sei quem sou.
Mas há de passar, uma hora, isso tudo, isso sem nome, há de me largar!
Ai, que seja agora!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Poema de merda, poesia bruta, sentimentalismo de nada!

A dor é tanta que nem consigo me mover. Os dedos arrastam-se sobre o teclado tentando verbalizar sentido em todo este descompassado querer. Os olhos molham, a boca seca, a respiração hipnótica. E você. Você, esse lindo ser que se vai. Você sentimento que se esvai. Este alguém que não posso mais ter. A inversão dos papéis foi profunda, o pé que chutou bateu na minha bunda. Aqui doeu. Você gemeu, mas melhorou. Pedra bruta! Renovou. Eu Medéia, você Jazão. Eu, ex-forte, Você falso fraco. Eu, o engano do que todos pensavam, você a surpresa inesperada. Você parte cria, resto criatura recriada. Você carnaval, eu nada.
Quero deitar no escuro até morrer. Até escurecer a alma da tua lembrança, fechar meus olhos, finalizar as batidas da carne, adormecer, retornar ao chão, ser só boca calada.
Não pensar! Como esquecer?
Você que eu não quis mais, você que não luta por nada, você que se levanta sem mancada, eu essa coisa aqui parada.
Não choverá na tua área, aqui, água, mais água, mais água.
Não aguento mais essa pegada, abandono a noitada, volto para casa, choro você
Você que não liga, você coisa fria, você que não me amou nada!
Você mentira acreditada. Você, paixão dissimulada. Você encena, eu máscara neutra, nós... NADA!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Todo o mal que você me fez...

Olhei no espelho, chorei porque desfigurei. Inflamei de você, engordei, enfeiei. Você barato homem, você não sei porquê amei. Você agora castanho, eu mais pequeno burgues. É isso, foi esse o grande mal que você me fez. De você contraí insegurança e pequenez. O mal, foi tudo o que me fez.


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A morte do pássaro

E o pássaro caiu. Caiu bobo, burro, torto. É o pássaro mais morto que já se viu. As asas dele, o amor levou. Sua liberdade, sumiu. O passaro que voava bem alto, é agora pássaro que ninguém nunca mais viu. Pobre pássaro, passarinho, pobre do pássaro que morreu, sumiu.


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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Carnavalhada

A cidade dá as boas vindas para toda a graça. O carnaval toma de lampejo, em cortejo, toda praça. E eu cidadão daqui, gente que nunca retarda. Fico perdido, tempo outro, tempo solo, feito bobo, gente chata.
O tempo muda, a vida turva e eu continuo sem entender nada. A cidade toda, mundana à toa, ninguém nem me avisou nada. Ou bebe e dança, ou vaza. Folião ou gente deslocada. Eles e meu nada. A cidade arrancou o meu choro de arrancada. Estou eu aqui, susto buscando saída em meio a poucas palavras. A vida é festa, é de repente! Tudo muda e ninguém me perguntou nada!

Em 04/02/2012

Medo da garrafa

Amenizo toda essa informação com uma gelada
Emendo numa cachaça
Faço pirraça
Descubro uma garrafa
Quente ou gelada
Que me toma, que eu topo, que me mata
Bebo todas
Não tem graça
Lapa, praça, balada
Tudo isso
Gente toda
Eu sozinho
Haja gole
Tanta coisa
Será que isso nunca passa?
Em 04/02/2012