segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Leitura equivocada

Acreditava saber das profundezas do ser.
Mas a lente que te olha tem o meu foco de saber.
Ou o de pensar saber.
Pois vejo aquilo o que quero ver.
Eu vejo a mim em você.
As projeções de expectativas.
As inseguranças supostamente lidas.
Os sinais que minha mente juram reconhecer.
Eu não conheço você.
Eu não conheço ninguém.
É só o meu o olho pensando que tudo vê.
Meu olho lê aquilo que eu penso saber.
E percebi hoje, calado por você,
Que eu não sei ver.
Que eu talvez nunca tenha sabido ler.
Que as impressões são construídas ao meu bel prazer.
Que eu construí e construo pessoas,
E elas nunca vão saber.
Não entenderão nunca.
Pois tudo depende do olho de quem vê.
E quem vê associa tudo ao que acredita saber.
Só o que sei agora é que eu não sei nada.
Eu não sei nada de você.
Era só uma vidência boba.
Suposição barata.
Essa leitura equivocada é prepotência do ser.
Eu brincava de resumir você.
Eu pensava realmente saber.
Não sei de nada.
A culpa é minha!
Eu é que subjuguei você.
Em 19/12/11

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