domingo, 18 de dezembro de 2011

E você não vem...

Eu deveria sair de casa agora e me entregar, pedaço por pedaço, a todos estes outros que passam a me querer.
Entregar estas partes indigestas e sangrentas, cheias desta azia que é você. Você que me aprisiona, você o que me repulsa.
Poderia ser ex-seu e de mais ninguém. Ser esse alguém avulso, sair junto de gente que me quer bem, seja para o mal ou seja para o bem.
Poderia também encher a cara, brincar de Amy, culpar inconsciente este amor que hoje não me faz nada bem. Queria era ser só seu e poder dizer: - Sou seu e de mais ninguém.
- Venha, me abrace agora! Me surpreenda, me contenha!
Mas você não vem. Eles, os outros, vem, sempre vem! Estão aqui a me rodear. E eu digo não. Eu que deveria ser a caça, presa fácil, estou hoje um nada, uma lacuna, uma massa acomodada que chamam pelo meu nome. Meu nome agora, o qual não escuto ser chamado ao longe, devia ser sofrimento. Ou deve ser apenas esse silêncio inquieto que me retém. Ou talvez não seja nada, nem ninguém.
Escrevo estas palavras, suspirando fundo, com um aperto que só o meu peito contém.
Só queria ser seu e de mais ninguém!
Mas, espero, e você não vem! Há muito você não vem! Você nunca vem?!

18/12/11 (17:12h, sozinho e esperando você)

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