sábado, 15 de maio de 2010

MIMADO e BOBALHÃO

Eu sempre fui assim! Esse filho único, escorpiano, esse poço cheio das profundidades mais profundas e sozinhas, esse egoísmo, essa chatiação. E se isso para alguns é personalidade, para outros é irritação. E é normal que assim o seja, mesmo que para mim, no fundo, só quero que entendam e me dêem aquele abraço apertado, ou acalmem meu coração.
Não peço que me entenda e nem peço que aprove, mas o que não cabe em mim é ver que o que antes agradava, agora vira palavra na ponta da língua pronta para ser rebatida. E que a culpa é toda minha, a culpa é das ações que saem de mim por toda parte. E que em você geram a tal da reação.
Mas se antes reagir era abraço, agora desgastado é ReBate, DeBate, é o que me Bate fundo no peito e na razão.

A CULPA É MINHA! VOCÊ ME FAZ PARECER UM LOUCO! EU SOU UM LOUCO?! A CULPA TODA É DA MINHA MÃE! CADÊ MINHA MÃE?!

E esse menino mimado, que quer sempre ser visto, hoje não se vê e não quer mais ver ninguém mais não. Não quero que me olhe fundo, não quero que me falem tudo, não quero que me toquem em nada. Não atendo telefones, não saio da sala, leio, leio e leio, perambulo entre silêncio e escuridão. E você vai e vem e vai e vem.
E eu fico! Como fiquei ontem, como vou ficar mais e mais. E eu que nunca fui de ficar, agora não sei mais aonde é nunca, aonde agora é o sou. Não sei mais de mim, tô sem saber de nada. Sei desse amor que é estrada, ora longa, ora devastação.
E fico eu aqui, com esse bico de criança, pijamas e meia, mimado e bobalhão!

Rio, 15/05/10